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Ditado francês (AUDIO)




Bom dia Portugal e arredores. O egocentrismo lusitano permite-me falar assim, é um direito que me assiste e “má nada”, até porque o nosso umbigo nunca esteve mais exposto…a falta de água provoca estes despires, mas felizmente que estamos no fim do Verão e espero que ela se venha, em múltiplos de muito.
Eleições à porta ou a outro qualquer canto da casa provocam falatório, debates, crónicas, conversas de café, taberna ou explanada, de cabeleireiro, salão de chá, e todas as outras que não vale a pena citar sob risco de me voltarem a chamar “palavroso” …e não me apetece …pronto. E os candidatos sorriem e estrabucham e fazem cenas e o vírus propaga-se tipo pandemia europeia aos políticos, poder local, associativismo, clubismo e seus derivados. Os média tornam-se concorrentes dos CTT aceitando recadinhos com cobertura mediática e o país assim não vai lá porque quem quer comunicar tem que escrever a cartinha comprar o envelope, e lamber o selo deveria tornar-se o êxtase da comunicação, e postar o todo, o concretizar do acto em si…ou noutra nota ou tempo verbal qualquer. Os pensionistas nunca estiverem tão contentes com o período político como agora…faz-me lembrar umas quaisquer eleições em que vi numa campanha um tempo de antena do partido do idoso, até porque o marketing político não pode ter melhor candidato que alguém que sofre na pele este estado, seja ele de, com graça ou não. Bom dia Dr. Mário Soares, cá nos voltamos a encontrar tantos anos depois, consigo ali a preto e branco ao lado dos seus colegas de boletim de voto. Lembro-me do nosso último momento a sós consigo ali, estampadinho em versão 2D, já lá vão vinte anos…quando olhei para si e pela primeira vez tive sem alternativas, que escolher um homem. Nunca me tinha lembrado disso sabe…esta memória desperta-nos coisas do neurónio mais senil que nos povoa o universo cinzento … O senhor tem-me feito mentir estes anos todos , e vai-me obrigar a um pedido de desculpas retroactivo a todos a quem menti…E o senhor está criar-me de novo outro problema. È por falta de alternativas acho que mais uma vez me vou deparar com o ter que o escolher e não quero nem pensar na explicação que Sigmund daria sobre isto . Como é que eu vou explicar a mim mesmo ter que dar o meu voto a alguém que disse o que disse e agora diz que não disse dando o dito por não dito..? No país do seu “ami Mitterrand”, usam uma máxima excelente que não resisto em plagiar, “ Y’ a que les cons qui changent pas d’avis”. Será que vamos ter um em Belém?