Buracos que nos fazem tropeçar e que a cada dia aparecem nos sitios mais inesperados, são normalmente reparados de forma a minimizar as consequências. E sobre isto podemos e devemos estar mais ou menos de acordo.
Ou será que só nos unimos em situações de gravidade extrema?...como em alguns factos recentes.
Afinal a conjuntura política beneficia esta mudança.
Quando nos habituamos a utilizar a mesma cadeira temos tendência, apesar da maior das boas vontades, a descurar sempre alguma coisa. Criam-se hábitos, sinónimos de conforto... pode perder-se a necessidade de inovar, de seguir o ritmo primeiro.
Os meninos e as meninas por essa Europa global e arredores, incluindo ilhas, penínsulas, esquinas duvidosas, becos menos coloridos, apeadeiros de transportes sem horário e lugares incertos, importam-se de parar com a coverice em diversas linguas e dialetos, em busca de salvação e protagonismo artístico ?
É que não sei se repararam mas o festival já acabou, teve vencedor o recinto foi limpo e aborrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrece-me os vossos covers fora de prazo de "Amar por uma data de gente", caneco.
A reineta tinha bicho e senti-me enganado ou foi mesmo uma espécie de spm frutícola, que me dobrou o sentimento, mau, claro. Muito mau. Ora então, Sr. Seleção: Gosto da sua música e comprei mesmo alguns dos seus disquinhos prateados, ao contrário de uns piratas que andam por aí escondidos, mas andam. E não é que o senhor se plagia num dos seus hits, que para mim foi mais um "ic" ressacado, que outra coisa assim positiva e prá frente, pró ataque, pró golo, prá victória, como se quer. Ó Pedro... tudo o que for abaixo dos 100 bpm é slow, carago.
Então mas queremos que os onze e os outros 11 milhões adormeçam no relvado ou queremos com ganas lusas sem fastio, caminhar para o caneco europeu? Porra pá !!! Para não te parafrasear quando caíste num plateau de tv e só se ouviu um pi.
Desta vez acho que te encostaste ao contrabaixo e ficaste mais baixinho pelo lado criativo. Pelo menos tinhas remakado o 'Fazer o Que Ainda Não Foi Feito', ou E nós todos o que vamos fazer? Talvez ganhar, talvez ganhar... pelo menos o ritmo sempre era mais animador.
Os sonhos de menino do Tony com letra a propósito teriam mais beat que esta tua intenção desportivópatriota falhada páaaaaaaaa.
Fiquei desiludido contigo... espero que não tenhas sido agoiro para França.
http://portugalglorioso.blogspot.pt/2014/05/carta-um-irmao-politico.html
Caro senhor ex, ex, actual e futuro ex ministro:
...estive a ouvê-lo, há vinte anos, com muita atenção neste filmezinho memorial e apetece-me dizer-lhe que o fado explica tudo. O senhor Portas afinal é seduzível. Adorei a sua expressão ao falar do mar...quem diria que viria também a ser ministro dos assuntos dele. E para não falar de um objector de consciência ter sido ministro da defesa, lembra-se? E agora ministro de estado e dos negócios estrangeiros? e do negócio dos submarinos? que também deviam ter um ministro da tutela não?
Não querendo falar de genética, até porque ela no seu caso deve ter-se apeado em Arroios, procupo-me sim , mas só hoje, com a sua grave e irreparável amnésia militante e cito-lhe ainda mais palavrinhas suas: " O poder é a pior coisa que há...eu sou genéticamente contra o poder, seja ele de quem for"...
Assim sendo e porque tenho uma panelinha ao lume, tenho que ir andando, mas não sem antes me despedir de si com um caloroso e cordial cumprimento curtinho.
SENHOR PORTAS, VÁ-SE PODER !
Turbo-Rotunda
A primeira turbo-rotunda vai ser em Coimbra para substituir a da nacional 111 que é uma das dores de cabeça dos condutores na terra do perfeito português.
Vai ser preciso um manual de utilização, porque a malta cá no burgo é assim para o stressado ao volante. Num repente muda de ideias e decide resvalar em atitude gravitacional para o lado direito sem avisar e pior, sem olhar. Eu sei que estamos em contenção orçamental, mas acho que o sinal luminoso de mudança de direcção ainda não é acessório opcional quando se compra um pópó ( que saudades , quando se fazia sinal com a mão direita para mudar de direcção e se dava um estalo no pendura, por retroactivos de raiva interiorizada - se queres um bom motivo para dar um estalo de último recurso, vai a uma rotunda e desculpa-te que não tens piscas ;))) ).
Portanto dizia eu que a TURBÓROTUNDA...gosto do nome ...TURBÓÓÓÓROTUNDA...TURBÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓROOOOOOOOOOOOOOTUUUUUUUUUUNDA...é sonante e potente...TURBÓÓÓÓÓ (pausa) RRRRRRRRRRROTUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUNDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...
Quando for a inauguração quero lá estar para ver as excursões de curiosos e filmar assim uma horinha, para mais tarde recordar.
Coimbra está de parabéns, porque tal como o Futre previa charters de chineses para verem os chineses do sporting, vão haver camionetes e camionetes de turistas, roulotes de bifanas e farturas, piqueniques e churrascos nas redondezas da TURBÓÓÓÓROTUNDA.
Eu vou... e tu?
Sabes?...
Gosto - a cada segundo que passa, quando se demora tanto nesse passar - deste oito. Não por ser o teu oito de forma genérica, mas por ser o "meu"...8.
Mas... neste teu dia em que se oferecem sorrisos enrosados no rosto, rosados no gesto de ajuda florista, ou ainda aqueles ditos para dentro porque a coragem lhes falta...apetece-me dizer-te a ti, Mulher, que, para mim que sempre fui péssimo a matemática, não tens um oito. Porque Março é múltiplo de todos os outros meses, e este oito , primo de todos os outros números e porque o Teu dia não é de hoje, mas... reinvento-o em novo sinónimo - sempre.
Hoje, não te faço uma efémera oferta rosada, mas O sorriso vitalício por seres - sempre - M U L H E R.
Amigo a ...cores
Quero o teu voto...apenas se gostares.
Votos por simpatia, amizade clubista, partidária, só porque te apetece participar ou afins não me interessam.
Isto de andar a pedir aos amigos o voto pelo voto é " PURA BATOTA",
ouviste páaaaaaa?
Em suma ( o feminino de sumo) vota só se gostares...senão zango-me
...mesmo.
E também é válido o voto "não gosto", por isso se for o caso assinala faxavor.
Obrigado
-_-
http://www.conteconnosco.com/t
Passos parados
Há dias. Ou serão apenas segundos?...em que a janela de parapeito largo se vem apoiar nos cotovelos.
E lá vem ele, de pés abertos, passo curto e lento a subir a rua de calçada descalça de tanto lhe andarem por cima. Mãos atrás das costas vendo tudo o que o olhar sugere. Cada carro que passa, cada janela com gente, cada canto de rua, cada lado do nada dos outros.
E avança e olha o muro que foi pintado de fresco, e toca com o cuidado da curiosidade, impossível de conter. E avança mais uns metros.
Os laranjas de uma árvore de quintal que se desprendem dos ramos para morrer no chão. E olha o chão, as laranjas, a árvore, o pardal que chilreia escondido a rir-se de não o verem.
Parado interrompendo as mãos cruzadas atrás das costas por uma comichão no nariz e outro ajeitar os óculos. E mais uns passos. E encosta-se à parede talvez descansando os olhos ofegantes.
Uma mulher desce a rua ao som dos saltos agudos de som. E ele olha. Primeiro o saltos depois as pernas em tonalidade encalorada, até ao rabo, que o faz seguir aquele balanço tornando-lhe o dia ainda mais quente. Faz aquele gesto do léxico masculino, de significado e coçar incertos. Será falta de vocabulário interior? E olha de novo até ao fim do ver.
E a carrinha do gás faz uma travagem mais brusca e as bilhas encostam-se umas às outras e ao olhar dele preso a meio passo da esquina.
E o pintor que pinta a porta por cima de quem a pintou de letras durante a noite e o faz de novo parar.
E as pessoas da paragem de autocarro, como revista à parada.
E a fruta exposta no lugar da esquina.
E desaparece. E aparece de novo. Decidiu voltar a atravessar na passadeira para desaparecer do outro lado.
Uma buzina insistente fez-lhe parar o passo, decerto.
Tejo
Vejo-te do miradouro do Castelo, a cada maré, num fôlego que não se cansa, nesse teu remar que agarra o Tejo, da barra ao mar da Palha.
Até já.
Madrugada
Acordei com uma banda a passar tocando cravos em notas de fanfarra, como em todos os outros anos, comemorando uma madrugada distante, apenas no tempo.
Não me lembro da última vez que estive na manif de punho levantado. Mas lembro-me de quem não se deixou obrigar a impedir o gesto .
Não me importo que a história contada se deturpe de boca em boca até se pintar de sentido diferente a cada ritmo do saber ignorante. Mas gosto de saber que o caminho se iniciou muito lá atrás por gente com vontade de mudança.
Não aponto o dedo a quem se desilude e diz à boca alta, porque ouviu dizer, que o antes devia voltar a ser hoje. Mas quem sente que conta, importa-se, nem que seja participando em cruz no momento certo.
Não tenho vontade de sorrir quando na minha memória ainda entra gente que entrava sem convite e batia depois. Mas ofereço o sorriso a quem tornou esse tempo apenas memória.
Não saberei nunca quantos foram. Mas lembro-me que eram todos os que lá estavam, mais os outros que não quiseram estar e outros ainda que apressadamente voltaram costas.
Hoje, há quem ainda esteja, os que estão sem estar, os outros que nunca estarão e os últimos que não sabem sequer quem são.
Neste dia e noutros momentos de tempo, sinto a Primavera no cheiro do cravo vermelho nascido de madrugada.
A todos os que caíram durante a vontade de me/nos permitir também e sem receio esse gesto pleno de intenção, ergo o punho fechado em sorriso aberto.
(25 de Abril 2011)
Entre o grande e o pequeno passo, há sempre alguém que tropeça.
Há meio século o camarada Yuri foi o primeiro homem a visitar o espaço, essa dimensão desconhecida na época.
Estou desde há uns dias a maltratar os olhinhos no pó das profecias de Nostradamus tentando encontrar semelhanças na coincidência aparente de também hoje o FMI começar a viajar no nosso éter que já teve um convite apelativo..." Conheça o Portugal desconhecido". Não sei se o "camarada astronauta chefe" Paul Thomson receia finar-se sete anos depois da viagem como aconteceu com o pioneiro Yuri, mas coincidências já as vejo...e Michel continua mudo em profecias, que raiva...28 anos depois de cá ter estado o FMI volta e ainda não ouvi ninguém dizer-lhe que está perdoado... 28 anos foi também o tempo dos anos negros da "dita dura" a verdadeira antítese de tudo que pode fazer sorrir. E há também hoje outra coincidência que só pode ter a ver com isto. O YouTube faz cinco anos e a frase "broadcast yourself" faz-me tremer como varinha verde...sobretudo porque não vamos ter falta de água nos próximos anos. As barragens estão cheias e há por aí gente de lá, a mais, com tanta sede por matar. Cada vez que o mote se me embrenha fico com a boca mais seca.
Assim como assim, vou voltar a por os olhinhos nos canhanhos do Michel...tenho que encontrar, tenho que encontrar explicação, tenho que encontrar...
PS - Hoje não respondo a ninguém e agradeço que nenhum dotado em vidência se evidencie ou me contacte por telepatia ou qualquer outro meio assediante...
adiante....
Planície
Quero um dia despedir-me da cidade num breve, até já, que vou procurar um canto rústico e alpendrado que se demarque em altura do resto da planície, com vista para o pôr do sol.
Quero ficar a roubar todos os acasos que os olhos deixarem.
Quero fixar a máquina a um tripé e fazê-la disparar-se imóvel...onde só o tempo se muda.
Quero um chá de infusão colhido na altura, em chaleira sibilante, agarrar a chávena com as duas mãos e bebê-lo da forma mais demorada que o Alentejo me deixar.
Quero uma sebenta pautada de tempo para lhe confessar a pressa que tive em tocá-la.
Quero o cheiro do pão grande que perdura.
Quero a água fria de poço a acordar-me para um novo dia.
Quero querer-me até à vontade do desquerer...num pôr do sol assim... em canto alentejano que me espera... tão distantemente perto...
Desinquietante
Descobri hoje que tenho outro heterónimo. Este, acordou-me a meio da noite... beliscou-me tanto e com tanta violência, que acordei com o ombro direito assimétrico do outro. Disse-me que se assumia como heterónimo de personalidade própria e contou-me da sua soberania sobre mim, em sonhos ou acordado. Contou-me ter a "Chave Dimensional", mas para nunca me convencer que de alguma forma o conseguiria mudar. Teria que aceitar como verdade irracional e só desta forma, banalizando a utópica e redutora premissa das quatro verdades. Para ele, a filosofia, epistemologia,lógica e a metafísica são apenas uma percepção básica das impressões sensoriais. Pensei na hipótese da loucura a invadir-me, mas tranquilizou-me com um afago no ombro esquerdo apesar de ter preferido no outro, barbaramente beliscado. Quis provar-me que se escolhe heterónimo onde quer e assumir qualquer forma. Uma delas a mão que segurava o pé esquerdo no "Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar" e que Dali, que era sonâmbulo, conseguiu contrariar. Por isso no esboço inicial a mulher tem a perna esquerda esticada e a mão aparece a tocá-la.
Perguntou-me se era sonâmbulo e decidiu ficar.
A semana começa bem...e o meu ombro sem vestígios visíveis de beliscos...mas ainda dorido ao segundo acordar.
Temo o pior...
Equilíbrio ébrio
Quando se conduz, melhor dizendo quando conduzo, só os olhos e as mãos me conduzem. Desentendi-me desde cedo, creio mesmo que ainda na idade "90", no meu "dentro filosófico" com quem não sente a estrada a ponto de deixar a rota pneumática, sair do eixo ideal, corrigindo-a em golpes quase marciais. E gosto que me conduzam se sinto reciproco nesse estado... e a expressão provoca-me abrandar... sem stop obrigatório... a não ser o de me dar conta talvez do sinal acomodante, de primeiro sintoma conformista, notado, o primeiro passo testemunha, de condutor a caminho de pendura.
Começo a gostar a cada dia de me sentir conduzido, de me sentar do lado direito e de forma egoísta mas assumida me deixar levar por cada múltiplo momento preliminar em filme de viagem, seja perto, ou no longe quilométrico.
De "costas" para o Majestic
Sempre que o Porto passa por mim, o Majestic é um destino matinal de quase culto.
E fui de novo atendido pela mesma menina simpática de cabelo escuro, óculos e rabo de cavalo:
- Faça favor de dizer ( sem sotaque).
- Uma torrada com muita manteiga , um néctar de pêra e um pastel de nata ( com sotaque, deve ela ter pensado).
Os chineses perdiam-se em cliques pela fachada, o companheiro de uma alemã sugeria que ela se pusesse na melhor pose para a foto com o café em fundo, um lavador de janelas a caminho cumprimentava toda a gente com um sorriso de homem mais feliz do mundo que faz brilhar os reflexos de quem vê montras, algumas vendedoras de rua assediavam passantes internacionais, e o resto era burburinho comum daquela hora.
Um polegar no ar sugere-me o olhar do outro lado da rua que o sol iluminava. Sigo-lhe o trilho pelo braço até ao sorriso. Começa a caminhada a passos largos na minha direcção. Creio mesmo que a cada passo o sorriso se rasgava. E nunca conseguiria travar a tempo se continuasse naquele acelerar direito a mim. Mas as cadeiras eram de ferro forjado o que me deu alguma segurança, bem como os bancos corridos do mesmo material confiante. Nem me lembro se bloqueou os passos ali à "minha beira".
- Tás bom mano? Há quanto tempo car...( sempre com sotaque)
Fiquei a ohar para ele sem saber se de frente ou de lado.
Tira os óculos para me ver melhor.
- Sou o Lúcio mano. Não te lembras? Eu não esqueço o Nelo das Fontainhas, nem em mil anos mano.
- Acho que me estás a confundir com outra pessoa.
- Mas qual outra pessoa és tu que eu conheço-te. Fomos vizinhos em costas...fo....
- Em costas???
- Andaste com a amnésica tu? Moraste lá meio custado e eu dois.
Para me pedir alguma coisa percebi que não era. Mas a conversa deixa-me curioso.
- Meio custado?
Depois de um sorriso desconfiado de sobrolho franzido diz-me:
- Tás-ma fo... Em Costas mano. Não me digas que te perdeste.
- Mas olha que não sou eu.
Olha-me mais fixamente e diz que não com a cabeça em jeito conclusivo.
- Pardeste-te mano. Tou-ta ver. O Chias também se perdeu. Por isso nunca meti. Mas olha gostei de te ver. Acredita.
E dá-me umas palmadas afectuosas no ombro ao levantar-se.
- Mas olha que não sou mesmo eu pá.
Ri com ar de quem está a ser enganado e diz-me já de pé a por de novo os óculos.
- Deves ser cantor tu, pois deves.
A afasta-se a passo lento, decepcionado.
Voltei ao cenário com o pousar da torrada trazido pela menina do café.